O filme 'Azul é a Cor Mais Quente' causa polêmica,o filme é sobre o amor entre duas mulheres

Para viver a primeira protagonista da carreira, a atriz francesa Adèle Exarchopoulos ficou cinco meses longe da família, repetiu cenas à exaustão, viveu um sobe e desce de emoções, conheceu os próprios limites e, com 18 anos na época, fez cenas de sexo com outra mulher. Ela garante que a experiência, que ela classifica como "uma aventura humana", foi a melhor escola que poderia ter tido como atriz. Dirigido por Abdellatif Kechiche ("O Segredo do Grão", 2007), "Azul é a Cor Mais Quente" chega nesta sexta (6) aos cinemas brasileiros com a Palma de Ouro que recebeu em Cannes e muitas polêmicas envolvendo as protagonistas e integrantes da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis).


Apesar de polêmicas, Abdellatif Kechiche e Adèle Exarchopoulos promovem filme juntos

A relação entre o diretor e as protagonistas (Adèle e Léa Seydoux) parecia harmoniosa até o anúncio da Palma de Ouro, em maio deste ano. Nas primeiras entrevistas depois do festival de Cannes, Seydoux disse que se sentiu como uma prostituta no set quando teve que fingir orgasmo durante seis horas seguidas com três câmeras sobre elas. Chocado, o diretor disse que as afirmações fizeram com que se sentisse humilhado e desgraçado.

Quase cinco meses depois, Adèle, que chegou a afirmar que também se sentiu explorada, e o diretor vieram juntos ao Brasil para divulgar o filme. Os dois não se esquivaram de perguntas sobre a polêmica, mas Adèle parece mais confortável ao fazer uma reflexão sobre o assunto do que o diretor, que se manteve na defensiva --os jornalistas foram ainda alertados pela produção que ele estava cansado de responder se seu comportamento foi abusivo.

Inspirado na história em quadrinhos homônima de de Julie Maroh, "Azul É a Cor Mais Quente"", retrata as descobertas sexuais de Adèle (Exarchopoulos) e sua história de amor com Emma (Seydoux). Para captar a alma dos personagens e transmitir isso ao espectador, o diretor trabalhou quase o tempo todo com closes nos rostos das atrizes e fez com que elas repetissem muitas vezes algumas das cenas.

"Foi uma aventura humana. Fiquei cinco meses longe da minha família e, nesse tempo, construí a paixão da personagem. A câmera estava sempre muito próxima do nosso rosto. Era apenas você, sua carne e seus sentimentos lá expostos. É uma coisa que exige demais. Às vezes era bom porque ele [Kechiche] deixava a câmera rodar sem marcações, sem falas decoradas, como na vida, mas às vezes era difícil. Era um exercício de se abandonar. A três semanas do fim das filmagens, não sabíamos como seria o fim do filme", contou ela ao UOL. 

Nos quadrinhos de Maroh, a protagonista se chama Clementine, mas o diretor substituiu o nome por Adèle porque achava que ficaria mais natural, além de gostar do fato de o nome significar justiça em árabe. Naturalizado francês, Kechiche nasceu na Tunísia. 

Hoje com 20 anos, Adèle é do tipo que fala dos sentimentos com naturalidade, mas pensa e mede as palavras para responder se acredita que, mesmo com o belo resultado do filme, o diretor tenha cometido erros. "Talvez ele tenha cometido erros às vezes. Não é porque você grita ou humilha alguém que ela te dará mais. O resultado é o mesmo quando você é mais gentil, mas com coisas boas e imperfeições. O resultado está aí e eu nunca vi algo semelhante no cinema".
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